Escrever “sobre mim” sem ser famoso é brega. Mas sempre quis fazer isso, junto com ter algum perfil “oficial”. Sejamos bregas então. Agora só falta ter um perfil “oficial”.
Nascimento: 23/10/1984.
Estatura: 1,77 m.
Etnia: pardo (segundo classificação oficial do IBGE).
Compleição: ecto-meso-endomorfo.
Nariz: negróide.
Queixo: regular.
Dentição: sã.
Boca: idem.
Sinais característicos: “pinta da Angélica” na nádega esquerda; alargador na orelha esquerda.
Nada consta na minha folha corrida da polícia, por enquanto.
Escolaridade: nível universitário, em que sou formado em algumas coisas.
Vacinas em dia.
Conformação do crânio: diâmetro longitudinal, 25 cm; diâmetro transversal, 19 cm. Sou, portanto, dolicocéfalo.
Isso no que concerne à antropologia. Passemos à biografia.
3 anos de idade: paixão por formas e cores. 5 anos: paixão por letras e leitura. 7 anos: paixão por música. Aos 18 anos, tumores malignos detectados. Fiz, ao todo, 3 cirurgias e 4 sessões de quimioterapia para, mais de 10 anos após, enfim poder me declarar curado.
Não sou formado em nenhuma super-faculdade. Nunca ganhei nenhum prêmio. Quando sou pressionado a pensar sobre qual seria minha maior conquista, percebo que é o simples fato de estar vivo.
Tenho Síndrome de Asperger, uma desordem do espectro autista que dificulta minha percepção, me fazendo soar antipático, inapropriado, desengonçado e inconveniente na maioria das interações sociais, além de conferir certas peculiaridades na linguagem. Isso já foi muito pior na juventude. Aprendi com a vida que, pra evitar maiores embaraços, geralmente é melhor eu ser curto e seco, como este texto. Desculpe.
Não tenho um mote para estampar na assinatura, mas, se devesse escolher um, tomaria esta assertiva de autoria desconhecida: “O mínimo já é o máximo!”
Creio que basta.